Quando tinha treze anos, Bruno resolveu virar Renata Bastos. E assim, do dia para noite, em um “momento meio Cinderela”, como ela mesma define, saiu pelas ruas de cabelão loiro, saia curta, blusinha de mulher e muito, muito glitter. Se jogou na noite, fez amigos, passou a freqüentar clubes como o antigo Stravaganza, Disco Fever…e conheceu o começo da “felicidade eterna”.
Travesti, gay, mulher ou Drag Queen? “Ixi, essa história de rótulo, de tribo urbana é super dèmode. Eu sou o que quero, na hora que quero. Isso sim é cool. Você já ouviu alguém falar: a mulher Vera Fischer, diz-se apenas o nome e ponto. E eu sou a Renata.(ponto) Uma diva acima de tudo”.
A paulista de 25 anos é figurinha carimbada nas baladas mais modernas da capital. Entre plumas, máscaras, e muito brilho, ela faz performances, trabalha como hostess ou apenas “dá o ar da sua graça” para os descolados que freqüentam clubes como o Vegas, Glória, entre outros.
O visual andrógeno causa, algumas vezes, dúvida e estranhamento. “Muita gente não está preparada. Não consegue entender que o mundo é aquilo que a gente cria. As pessoas crescem com determinados padrões de comportamento já estabelecidos e seguem sem questionar o que, de fato, desejam.”
Durante o dia, em um ar “casual”, de cara lavada, ela trabalha para a marca de roupas Theodora, da estilista Rita Wainer, pra quem desfilou no Fashion Week carioca de 2006. Apareceu recentemente nas colunas da Mônica Bergamo, Érica Palomino e vem buscando seu espaço na cena fashion. “Sempre fui ligada à moda. Acredito que o corpo, a maquiagem, as roupas são uma forma de expressar a sua personalidade. Não seja um embrulho oco, mas use a imagem a seu favor, pois, a maneira como você se mostra é o modo como o mundo te percebe.”
E ser percebida é o passatempo favorito de Renata. “Gosto de provocar estranhamento, curiosidade nas pessoas. Sinto que, de alguma forma, eu quebro a apatia, a monotonia em que muita gente vive. É como se eu dissesse: a vida não é tão fechada, nem tão quadrada quanto você pensa. Você pode ser o que você quiser. E dá licença, que agora eu vou passar!”.
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